Douze Études para piano de Claude Debussy: territórios de performance e experimentação composicional

Autores

  • Ricardo Henrique Serrão UNICAMP
  • Denise Hortência Lopes Garcia UNICAMP

DOI:

https://doi.org/10.52930/mt.v3i2.83

Resumo

As peças musicais intituladas “Estudos” demonstram ainda formar um campo vasto de investigação nas áreas da música. Uma delas situa-se no fato de que no século XX, o gênero Estudo potencializa-se por sua diversidade de propostas e, principalmente, por seu suporte como ambiente de experimentação composicional. Como exemplo, os Douze Études (1915) de Claude Debussy favorecem uma discussão que convergem um enfoque entre performance e composição musicais, principalmente no âmbito da análise de suas construções sonoras e uma consequente atenção à escuta concentrada do performer. Nesse sentido, esse artigo busca evidenciar os aspectos de sonoridade de alguns Estudos de Debussy, no intuito de ampliar as perspectivas que pragmatizam o gênero Estudo de forma a encará-lo como um ambiente essencialmente mecanicista dentro do campo da performance musical. Para isso, buscamos dialogar com os trabalhos de Solomos (2007) e Guigue (2011), que sugerem ser a sonoridade um paradigma composicional na música do século XX, por exercer funções de articulação da forma musical e “integrar ao processo de gestação da obra”.

Referências

Gigue, Didier. 2011. Estética da Sonoridade: A Herança de Debussy na Música para Piano do Século XX. Ed. Perspectiva. CNPQ; UFPB.

_____. 1996. Une Étude “Pour les sonorités opposées”: Pour une analyse orientée objets de l’oeuvre pour piano de Debussy et de la musique du XX siècle. Doutorado, Paris, École des hautes études en sciences sociales.

_____. 1998. Debussy versus Schnebel: sobre a emancipação da composição e da análise no Séc. XX. In: Opus 5, vol.5, n. 5. Rio de Janeiro: Anppom, Agosto, p. 19-47.

Herold, Nathalie. 2011. Timbre and Form: timbral dimension of form in the piano music of the first half of the nineteenth century. Doctorat, Université de Strasbourg.

Howat, Roy. 2009. The Art of French Piano Music: Debussy, Ravel, Fauré, Chabrier. New Haven e London: Yale University Press.

Long, Marguerite. 1972. At the piano with Claude Debussy. London: J. M. D. & S. Ltd.

Motte, Dieter de la. 1998. Armonia. Barcelona: Editorial Labor.

Durand, Jacques. 1927. Debussy: Lettres a son edditeur. Paris.

Valias, Leon. 1973. Claude Debussy: His Life and Works. Trad. Maire e Grace O’Brien. New York: Dover.

Uchida, Mitsuko. 1991. Played 12 Études by Claude Debussy. Direção: G. Wubbolt, Philips Classics.

Monteiro, Adriano Claro. 2012. Criação e performance musical no contexto dos instrumentos musicais digitais. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas.

Pereira, Erica. 2009. Estudos sobre uma ferramenta de classificação musical. Campinas, Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas.

Solomos, Makis. 2013. De la musique au son: l’emergence du son das la musique des Xxe-XXIe siècles. Presses Universitaires de Rennes.

Wheeldon, Marianne. 2017. Debussy’s legacy and the construction of reputation. Oxford: Oxford University Press.

Rosseti, Danilo. 2017. A percepção do timbre em Farben op. 16 n. 3 de Schoenberg: uma abordagem estética e psicoacústica. Revista Música, USP, n. 17, p. 292-324.

Downloads

Publicado

2019-05-01

Edição

Seção

Artigos