Implicações da indeterminação na obra para violão solo de Leo Brouwer

Autores

  • Raquel Turra Loner Unespar
  • Alisson Alípio Universidade Estadual do Paraná (EMBAP)

DOI:

https://doi.org/10.52930/mt.v8i1.259

Resumo

O presente artigo objetiva investigar as implicações da indeterminação na obra para violão solo de Leo Brouwer, contribuindo, assim, para enriquecer o discurso musical dos intérpretes ao apresentar novas perspectivas analíticas sobre a obra do compositor. As obras analisadas neste artigo — La Espiral Eterna (1973), Parabola (1973) e Tarantos (1974) — apresentam características que Jonathan Kramer associa à música pós-moderna, dentre as quais se destaca a indeterminação. O conceito de indeterminação em relação à performance, formulado por John Cage, orientou a análise das composições, através da qual foram identificados elementos cuja determinação é propositadamente delegada ao intérprete, assim como elementos cuja indeterminação decorre das limitações da notação musical. A análise das obras demonstrou que a indeterminação dos seus elementos é parcial e que cada obra apresenta diferentes graus de indeterminação. A investigação acerca do significado destas indeterminações na obra de Leo Brouwer fundamentou-se, também, nas formulações de Jonathan Kramer acerca da escuta pós-moderna — que propõe que o significado de uma composição é construído a partir da interação entre o texto musical, o intérprete e o ouvinte — e da percepção do tempo na música — compreendida como a principal forma através da qual o ouvinte constrói o significado musical. Conclui-se que os diferentes tipos de indeterminação permitem ao intérprete inscrever o seu próprio significado na obra, participando ativamente na construção do significado por parte do ouvinte.

Biografia do Autor

Raquel Turra Loner, Unespar

Raquel Turra Loner é Bacharel em Música (violão) pela Universidade Estadual do Paraná – Campus de Curitiba I. É mestranda do Programa de Pós-Graduação em Música na Universidade Estadual do Paraná (Música e Processos Criativos) e integrante do Grupo de Estudos em Performance Musical. É bolsista Capes e sua pesquisa aborda a técnica violonística, especificamente o planejamento da ação de mão esquerda ao violão como fator determinante para a obtenção de fluência mecânica e sonora em uma execução musical.

Alisson Alípio, Universidade Estadual do Paraná (EMBAP)

Alisson Alípio é Professor Associado da Universidade Estadual do Paraná – Campus I (Embap), orientador no mestrado acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Música da mesma instituição e um dos líderes do Grupo de Estudos em Performance Musical, no qual dedica-se à pesquisa das teorias e processos de digitação e dedilhado ao violão.

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Publicado

2023-08-04

Edição

Seção

Artigos