Relação e sistema: duas palavras-chave na trajetória da teoria tonal

Autores

  • Sergio Paulo Ribeiro de Freitas UDESC

DOI:

https://doi.org/10.52930/mt.v3i2.89

Resumo

Percebendo relação e sistema como idealizações que se destacam em nossas práticas teóricas e analíticas, o artigo comenta algo acerca de significados e entendimentos que tais termos acumulam e dispersam na trajetória centro-europeia da teoria tonal. O texto passa por referências e temáticas que tocam outras áreas (tais como história, filosofia, sociologia, ciência etc.) visando, com isso, reiterar esforços de contraposição às interpretações que lidam com as noções da teoria tonal como grandezas desistorizadas e autônomas. Em conclusão observa-se que, com força prescritiva e valorativa, relação e sistema são noções polifônicas que, em movimento, tecem densos contrapontos com outras vozes.

Referências

Abbagnano, Nicola. 1982. Dicionário de filosofia. São Paulo: Mestre Jou.

Barros, Guilherme Sauerbronn de, e Gerling Cristina Capparelli. 2009 Análise schenkeriana: interpretação e crítica. In: Budasz, Rogério (Org.). Pesquisa em música no Brasil: Métodos, domínios, perspectivas. Volume 1. p. 87-121. Goiânia: ANPPOM.

Beard, David e Gloag, Kenneth. 2006. Musicology: the key concepts. London: Routledge.

Bernard, Jonathan W. 1980. The principle and the elements: Rameau's “controversy with d'Alembert”. Journal of Music Theory, v. 24, n, 1, p. 37-62.

Bernstein, David W. 2006. Nineteenth-century harmonic theory: The Austro-German legacy. In: Christensen, Thomas (Ed.). The Cambridge history of Western music theory. Cambridge: Cambridge University Press, p. 778-811.

Bluteau, Raphael. 1713. Vocabulario Portuguez e Latino. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu.

Boulez, Pierre. 1995. Apontamentos de aprendiz. São Paulo: Ed. Perspectiva.

Bukofzer, Manfred. 1947. Music in the baroque era. New York: Norton.

Candé, Roland de. 1989. A música, linguagem, estrutura e instrumentos. Lisboa: Edições 70.

Carvalho, Mario Vieira de. 2007. A tragédia da escuta: Luigi Nono e a música do século XX. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda.

Cassirer, Ernst. 1997. A filosofia do Iluminismo. Campinas: Ed. da Unicamp.

Christensen, Thomas. 1993. Rameau and musical thought in the enlightenment. Cambridge: Cambridge University Press.

______. 2001. Rameau, Jean-Philippe [§5, bibliografia]. In: Sadie, Stanley (Ed.). The New Grove Dictionary of Music and Musicians. v. 20, p. 794-806. London: McMillan.

Dahlhaus, Carl. 1990. Studies in the origin of harmonic tonality. Oxford: Princeton University Press.

______. 1999. La idea de la música absoluta. Barcelona: Idea Books.

Damschroder, David. 2008. Thinking about harmony: historical perspectives on analysis. Cambridge: Cambridge University Press.

Dobránszky, Enid Abreu. 1992. No tear de Palas: Imaginação e gênio no século XVII. Uma introdução. Campinas: Papirus; Ed. da Unicamp.

Fubini, Enrico. 1994. La estética musical desde la antigüedad hasta el siglo XX. Madrid: Alianza Musical.

______. 2002. Los enciclopedistas y la música. Valência: Ed. Universitat de Valência.

Gaines, James R. 2007. Uma noite no palácio da razão. Rio de Janeiro: Record.

Goethe, Johann Wolfgang von. 2005. Escritos sobre arte. São Paulo: Imprensa Oficial.

Grave, Floyd K., e Grave Margaret G. 1988. In praise of harmony: the teachings of Abbé Georg Joseph Vogler. Lincoln: University of Nebraska Press.

Hindemith, Paul. 1962. Practica de la composición a dos voces. Buenos Aires: Ricordi Americana.

Hyer, Brian. 2006. Tonality. In: Christensen, Thomas (Ed.). The Cambridge history of Western music theory. p. 726-751. Cambridge: Cambridge University Press.

Kerman, Joseph. 1987. Musicologia. São Paulo: Martins Fontes.

Koellreutter, Hans-Joachim. 1980. Harmonia funcional. São Paulo: Ricordi.

Kopp, David. 2002. Chromatic transformations in nineteenth-century music. Cambridge: Cambridge University Press.

Mann, Thomas. 2000. Doutor Fausto: a vida do compositor alemão Adrian Leverkühn narrada por um amigo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Mastropasqua, Mauro. 2011. Logica musicale: storia de un’idea. Bologna: Bonomia University Press.

Meyer, Leonard B. El estilo en la música. 2000. Teoria musical, história e ideologia. Madrid: Ed. Pirámide.

Montgomery, David L. 1992. The myth of organicism: from bad science to great art. The Musical Quarterly, v. 76, n. 1, p. 17-66.

Mora, José Ferrater. 2004. Dicionário de filosofia. São Paulo: Edições Loyola.

Moreno, Jairo. 2004. Musical representations, subjects, and objects: the construction of musical thought in Zarlino, Descartes, Rameau, and Weber. Bloomington: Indiana University Press.

Nattiez, Jean-Jacques. 1984. Harmonia. In: Enciclopédia Einaudi v. 3. Porto: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, p. 245-271.

Oliveira, João Vicente Ganzarolli de. 2004. Descrição mínima de um renascimento pouco lembrado. Phoînix, Rio de Janeiro, v. 10, p. 144-166.

Osborne, Harold. 1983. Estética e teoria da arte. São Paulo: Cultrix.

Rameau, Jean-Philippe. 1750. Démonstration du principe de l’harmonie servant de base à tout l'art musical théorique et pratique. Paris: Ed. Durand e Fissot.

______. Treatise on harmony. New York: Dover Publications, 1971.

Rehding, Alexander. 2008. Hugo Riemann and the birth of modern musical thought. Cambridge: Cambridge University Press.

Rosen, Charles. 2004. Poetas românticos, críticos e outros loucos. Campinas: Ed. da Unicamp.

Ross, Alex. 2009. O resto é ruído. Escutando o século XX. São Paulo: Companhia das Letras.

Rousseau, Jean-Jacques. 2007. Diccionario de música. Madrid: Ediciones Akal.

______. Ensaio sobre a origem das línguas. 2008. Campinas: Ed. da Unicamp.

Santos, Boaventura de Sousa. 1988. Um discurso sobre as ciências na transição para uma ciência pós-moderna. Estudos Avançados, IEL / USP, v. 2, n. 2, p. 46-71, maio/ago.

Saslaw, Janna K. e Walsh James P. 1996. Musical invariance as a cognitive structure: “multiple meaning” in the early nineteenth century. In: Bent, Ian (Ed.). Music theory in the age of romanticism. Cambridge: Cambridge University Press, p. 211-231.

Saslaw, Janna K. 1992. Gottfried Weber and the concept of Mehrdeutigkeit. Ph.D. dissertation. Columbia University.

Schenker, Heinrich. 1990. Tratado de armonia. Madrid: Real Musical.

Schoenberg, Arnold. 2004. Funções estruturais da harmonia. São Paulo: Via Lettera.

Schoenberg, Arnold. 2001. Harmonia. São Paulo: Ed. da Unesp.

Schuback, Márcia Sá Cavalcante. 1999. A doutrina dos sons de Goethe a caminho da música nova de Webern. Rio de Janeiro: Ed. URFJ.

Schwanitz, Dietrich. 2007. Cultura geral. São Paulo: Martins Fontes.

Scott, John. (Org.). 2010. Sociologia: conceitos-chave. Rio de Janeiro: Ed. Zahar.

Solie, Ruth A. 1980. The living work: organicism and musical analysis. 19th-Century Music, v. 4, n. 2, p. 147-156.

Tagg, Philip. 2005. Para qué sirve un musema? Antidepresivos y la gestión musical de la angustia. In: Ulhôa, Martha; Ochoa, Ana Maria (Org.). Música popular na América Latina: pontos de escuta. Porto Alegre: Ed. da UFRGS. p. 22-51.

Tatarkiewicz, Władysław. 1989. Historia de la estética v. 2, La estética medieval. Madrid: Ediciones Akal.

______. 1991. Historia de la estética v. 3, La estética moderna (1400-1700). Madrid: Ediciones Akal.

______. 2002. Historia de seis ideas: arte, belleza, forma, creatividad, mímesis, experiencia estética. Madrid: Editorial Tecnos.

Videira, Mário. 2006. O romantismo e o belo musical. São Paulo: Ed. UNESP.

Wason, Robert W. 1995. Viennese harmonic theory from Albrechtsberger to Schenker and Schoenberg. Rochester, NY: University of Rochester Press.

Williams, Raymond. 1979. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: Zahar.

Downloads

Publicado

2019-05-01

Edição

Seção

Artigos