Desvendando os traços estilísticos do romântico Leopoldo Miguéz

uma análise estrutural de seu Allegro Appassionato

Autores

  • Desirée Mayr UNEB

DOI:

https://doi.org/10.52930/mt.v6i2.183

Resumo

Leopoldo Miguéz (1850–1902) foi um pioneiro da música absoluta no Brasil, sendo o primeiro compositor brasileiro a escrever uma sinfonia, um poema sinfônico, uma sonata para violino e piano e um noturno. Apesar de sua posição de destaque histórica no final do século dezenove no país, sua música recebeu pouca atenção analítica, possivelmente devido à falta de elementos típicos nacionais. Neste artigo conduzo um exame aprofundado das práticas composicionais e preferências estilísticas de Miguéz através de uma análise detalhada do material temático, relações tonais, harmonia e forma (Caplin 1998. Hepokoski; Darcy 2006. Hepokoski 2021) de uma de suas populares obras para piano: Allegro Appassionato, op. 11 (1883). Miguéz atingiu o auge de sua popularidade nacional durante a troca de regime da Monarquia para a República em 1889, que envolveu uma mudança de preferências estéticas musicais da ópera italiana e gêneros sacros para a música instrumental germânica. Embora Wagner, Liszt e a Zukunftsmusik sejam considerados influências no estilo composicional de Miguéz, sugiro que a tradição formalista-organicista de Beethoven e Brahms também permeiam suas obras. A última parte deste artigo consiste em uma análise comparativa entre os resultados da análise de Allegro Appassionato e um grupo de parâmetros previamente identificados como potenciais marcadores do estilo composicional de Miguéz: uso de proto-temas, regiões mediânticas, harmonias roving, condução de vozes econômica, e economia motívica.

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Publicado

2022-06-17

Edição

Seção

Artigos